quinta-feira, 26 de maio de 2011
In vino veritas (Gaius Plinius). In vino amicitiae (Francisco Pinto).
É muito famosa a frase: in vino veritas - no vinho, a verdade - sendo fato que, depois de algumas taças, acabamos por soltar nossos corações e, por conseqüência, a língua, tornando-nos mais sinceros. Com isso, também nos tornamos mais amigos, portanto ouso completar a famosa frase de Gaius Plinius: In vino veritas, in vino amicitae.
Um coisa curiosa aconteceu comigo recentemente, confirmando essa especial propriedade do vinho de unir as pessoas. Tive um problema com um vôo, coisa corriqueira nesses nossos dias. Depois de estarmos dentro da aeronave e de esta ter ido até a cabeceira da pista, o Comandante constatou uma falha mecânica, cancelando a decolagem.
Nós, passageiros, tivemos que aguardar por uma hora, próximos a uma porta de embarque, sem qualquer notícia. Alguns reclamaram, outros juravam nunca mais voar com aquela companhia e, depois de muita lamúria, nos arrumaram outro avião. Entretanto, nossa partida aconteceu somente quatro horas após o horário previsto. Nesse tempo livre, as pessoas puderam conversar um pouco entre si, mesmo que fosse para lamentar o atraso e as conexões que alguns, como eu, perderiam por conta disso.
O tempo de vôo, até nosso destino, seria de dez horas. Logo após a decolagem nos serviram o jantar. Para acompanhar a pasta servida pedi vinho tinto, no que fui seguido pelo meu vizinho de poltrona e pela maior parte dos passageiros em torno.
Pronto, a tensão anterior logo se transformou em uma animada conversa. No banco detrás sentavam-se um médico, que estava a caminho de um congresso, e uma moça de Goiás, muito simpática, que em pouco tempo já contava piadas. As vizinhas da fila central se confessaram nervosas, pois aquele era o primeiro vôo delas, mas passadas algumas doses riam-se do próprio medo. Meu vizinho de poltrona era professor de História da Arte e ficamos por horas falando de fotografia. Foi um entrosamento total, e tome mais vinho. Se não me engano tomei cinco garrafinhas de 200 ml. Creio que fui o que menos bebeu, imagine o resto do grupo. Foi bom, pois, mesmo na poltrona desajeitada, serenados os ânimos, dormi feito um bebê.
No amanhecer comentei com meu vizinho, agora já um novo amigo, sobre a minha teoria das propriedades terapêuticas do vinho em relação às amizades, o rapaz concordou plenamente e ainda disse, “sim, sou testemunha disso, pra você ter uma idéia, a dupla detrás, o doutor e a moça, ficaram tão amigos e íntimos que o papo entre eles resultou em calorosos beijos que se seguiram noite adentro”.
Depois de chegar ao destino tive a triste notícia de que, em razão de minha conexão perdida, teria que esperar por cerca de cinco horas no saguão do aeroporto. Tudo bem, pensei comigo mesmo, se não ocorresse o atraso não teria feito um novo amigo e nem haveria essa história para contar. Realmente meu único azar foi não ter caído na poltrona ao lado daquela alegre goiana.
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Estou aguardando o convite para a inauguração da Confraria no dia 10. Abraço
ResponderExcluirOlá, Vivi;
ResponderExcluirDesculpe-me pela demora em responder. Havia alguma pane no provedor do blog que me impedia de publicar comentários.
Está confirmada nossa inauguração da confraria para 10/6, amanhã publicarei algo aqui sobre isso. Mas, nessa sexta já teremos um evento, um Happy Hour musical com uma apresentação do Carlos Barbosa-Lima no restaurante às 20:00 horas, você está convidada.
Ouviremos boa música e tomaremos ótimos vinhos.